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Um pouco sobre bipolaridade, transtornos de humor, depressão, ansiedade...
tudo, ou nada!

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diariodeumbipolar@hotmail.com

#depressão #ansiedade #tdah #bipoloaridade #pânico #distimia #melancholia
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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O Aborto, a Culpa, a Vitima...e o Fundo do Poço!

É hora de rasgar o verbo! A intenção do Blog não era essa? Então vamos mergulhar no fundo do poço, com ou sem escafandro. Viver como os Românticos, como os Ghóticos... Salvem os Bárbaros!
Então vamos abrir as feridas, sentir a dor de ser carne... admitir nossa podridão interna. Todos os nossos buracos fedem. A beleza é apenas a forma da natureza divina perpetuar à ópera do anjo caído. 



Esse Blog não é pra você Polyana, que ainda não sentiu essa dor e me acha mais um louco na esquina; mais um mendigo bêbado na calçada...uma mariposa aloprada ao redor do candeeiro...um verme preso no âmbar.
Vamos além da dor do desejo. Existe algo que vem antes...ou abaixo: A culpa!

Abortar à vida (com crase mesmo)....escarrar sem cuspir, engolir o muco. Como aquele sentimento masculino que emerge após o Nirvana ocidental, o único momento sem dor, segundos de morte...momentos sem mente: o orgasmo. 


Doce irrealidade,  mais uma armadilha da negação do poder, de privar o amor...a paixão ou um beijo. Então castraremos o dardo que fustigou a carne, e mergulharemos no gozo inverso da vontade.


Então eu que sou romântico, depressivo, bipolar, louco (como queiras chamar) não tenho saída a não ser encarar a fatídica culpa. Me tornar vítima. Por que não?

Me acomodar na confortável poltrona de espectador; já que sou incapaz de protagonizar na merda que vejo no palco. Doente é ser sadio nesta sociedade de psicopatas. Louco, senhora carola da missa dos domingos, é querer ser normal no meio da barbárie.
Então deixe-me só sr, Maçom. Feixem esta bosta desta página Rotaryanos e Lyoninos. Cuidadores da moral e dos bons costumes...ou seriam bons curtumes?
Me dêem então as pílulas, me anestesiem. Vou jogar a culpa pra baixo dos vossos tapetes e vou me sentir só uma vítima... Confortavelmente sedado.


Covardia, fraqueza, falta de caráter, doença...chamem do que quiser. 
- Não precisa se assustar Doutora, hoje apenas tirei a máscara....elas às vezes me tiram o fôlego....só às vezes...

Balanço anual: Nada de novo no front...

Um ano de Blog e nada mudou. Hoje estou pior ainda. Não durmo mais. Insônia total, o Rivotril perdeu o efeito. Não tenho mais grana pra médico, estou me auto-medicando com 4mg de Rivotril a noite + 25mg de amitripilina; ambos conseguidos na clandestinidade. Vou dormir as oito ou nove da manhã e acordo ao meio dia / 13 horas. Resumindo, tá td a mesma merda!
Por isso vou repostar o mesmo texto do ano passado:

sábado, 24 de dezembro de 2011

Depressão Natalina - Assumindo a Bipolaridade

Depressão Natalina - Assumindo a Bipolaridade


No meu ano de assumir a doença, senti na pele o temido pavor das comemorações natalinas. 

Não sei exatamente se é o fato de cair na realidade de um mundo capitalista, onde o Papai Noel só presenteia os mais abastados, onde os falsos sentimentos são trocados através de amigos secretos de dez reais, e a miséria continua a bater na nossa cara. 


Mais precisamente nos vidros dos nossos carros, nos simbólicos sinais de trânsito. Sinalizando tempos de violência e miséria, o fatídico farol vermelho nos obriga a parar pra ver a massa de pedintes que triplicam nas ruas nesta época.

Ou não sei se a tristeza vem pelo pavor do balanço anual da vida (nós bipolares não nos damos bem com balanços....literalmente). Ou pior, se o sentimento vem da pressão da necessidade de planejar o ano vindouro. Engraçado, perceber que pressão anda junto com depressão, e enxergar o mundo de pressão em que vivemos. Vivemos uma das piores ditaduras da história da humanidade, a ditadura da felicidade. Existe uma incrível pressão de cobrança para que sejamos felizes.

Surge um conceito de felicidade irreal. Onde temos que ser os melhores. Numa competição desenfreada, temos que ser melhores em tudo. Ter os melhores carros, as melhores roupas, os melhores esposos (as), os melhores filhos, as melhores famílias. E temos que exibir isso, numa teia de vaidades que nos prendem como moscas.

Épocas natalinas viram o auge desta cadeia. Vem a temida exposição. Somos quase obrigados a confraternizar, dar presentes, receber visitas....é preciso estarmos bonitos e bem apresentáveis. Nossas casas tem que estar arrumadas, temos que receber a todos com um sorriso colgate na boca.

Será que no oriente existem bipolares? Lá eu ouvi dizer que a melancolia é considerada uma necessidade vital do ser humano. Eles consideram o isolamento como um momento sagrado. Onde a tristeza é vista como parte natural da vida, e ainda mais importante, como parte de um processo de amadurecimento. 


Tudo que cresce dói. Músculos, dentes, pensamentos...como negar esta natureza? Como amadurecer sem dor? Grande dilema para nós bipolares.

Deixemos de lado então os normais, que só assumem o sofrimento esta época nos 40 minutos do especial de Roberto Carlos na Globo. Ou será que não?...será que Roberto Carlos é o grande vilão da história? Sempre choro quando ouço nas "...Curvas de Santos". Que dilema. Vou deixar esse drama com você leitor. Pra mim só quem faz sentido é soldado! 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Depressão e preconceito.

O outro lado da moeda depressiva é a vergonha de expor a doença. Respondendo ao meu único leitor, Mente Hiperativa, tenho todo esse pânico em volta da doença, porém fora de casa existe uma vida social "normal". Ninguém sabe da gravidade do meu problema. Minha mãe, minha namorada, meu irmão...sabem que estou doente; porém não tem como descrever para eles o quanto estou debilitado. O restante da família e amigos não imaginam que estou doente. Talvez isso piore ainda mais o meu estado.

Recusar os convites para sair, inventando mil desculpas diferentes. Não ter exatamente o que dizer quando as pessoas perguntam o que estou fazendo agora profissionalmente. Ter que sorrir e cumprimentar as pessoas que conheciam o outro eu, antes da doença; consequentemente esperam que eu tenha aquele mesmo entusiasmo e alegria que eu sempre tive. Amigos de infância, que agora eu me afastei, e tenho vergonha de falar da minha doença.

Acho que ninguém realmente entende quem sofre desse tipo de problema. Impossível uma interpretação compreensiva. Ou acham que é preguiça e falta de disposição - esses falam, rapaz entra em uma academia, vai fazer exercícios físicos; ou ainda, tire umas férias que resolve...etc. Tem ainda os que acham logo que a pessoa está louca, por tomar anti-depressivos. Tem os que se afastam de você pela sua aparente "negatividade" e "revolta", ou seja, você não faz mais parte do time dos "normais". 

Enfim, se eu tivesse certeza que nunca iria ficar curado eu agiria diferente. Talvez assumisse publicamente, parasse de sonhar com novas empresas e novos empreendimentos. Mas tenho esperança de retomar ao menos parte do entusiasmo que tinha. E aí buscar novamente outras oportunidades. Caso as pessoas saibam da doença, acho que muitas portas podem se fechar futuramente por conta disto. A pessoa de certa forma perde a credibilidade. Por isso eu vou levando esta vida dupla. Sofrendo por dentro, isolado; e ao mesmo tempo, os poucos momentos que saio e encontro pessoas conhecidas me esforço para parecer a pessoa mais normal do mundo.

Já pesquisei um outro psiquiatra, vou arrumar algum dinheiro para visitá-lo. Depois posto o resultado de mais uma etapa desta luta.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Depressão sem diagnóstico

Dor no peito, frio na barriga, dormência nos braços e pernas....ansiedade absurda, hiper-atividade de pensamentos e prostração absoluta. Tudo isto com maior intensidade durante o dia. Depois desse novo esquema estou me sentindo exatamente assim. À noite....zero de sono. Durmo as 5 ou 6 da manhã e acordo 3, 4, 5 ou 6 horas da tarde. Se tenho compromisso pela manhã viro um zumbi o restante do dia. 

Não tenho ataques de euforia, não tenho baixas depressivas a ponto de ficar completamente moribundo. Não tenho idéias negativas intensas ao ponto de achar que a vida não vale a pena. Pelo contrário. Os pensamentos vão a mil por hora, tenho mil idéias...porém a inércia me impede de agir. É uma preguiça aumentada....uma dormência permanente.

Até os trinta anos era viciado em trabalho, tive muito dinheiro. Recebi mil prêmios, fui muito bem sucedido no que fazia, sou casado com uma mulher belíssima. Depois da queda, começou meu drama.
Estou afundado em dívidas e sem ocupação. Cada dia que passa perco as esperanças.
Meu deus...bipolaridade, ciclotimia, depressão, ansiedade, síndrome do pânico...que diabos eu tenho?


Ninguém me deu nenhum diagnóstico, só sei que me sinto um velho de 90 anos...minha vida acabou.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Receita médica para remédios controlados.

Depois do depoimento super sincero do meu psiquiatra, de que não poderia passar só a receita e que eu teria que pagar os 150 reais da consulta; fui atrás de farmácias que vendessem sem receita. 

Não consegui o Rivotril mas o similar dele, Clonazepam 2mg. Não consegui o estabilizador Carbamazepina mas consegui o similar Tegretol. O anti-depressivo Alenthus (venlaxafaxina) não consegui de forma alguma. Liguei pro médico implorando uma receita ele me deu caixas do similar Venlaxin, porém o dobro da dose que eu estava tomando, de 75mg para 150mg; mas pelo menos foi amostra grátis.

Resumindo meu novo esquema, que já perdi as contas de quantos já vão:

Manhã: 1 com. de Venlaxin 150mg (anti-depressivo)
Noite:  1 comp. de Tegretol 200mg (estabilizador do humor)
              2 comp. de Clonazepam 2mg (ansiolítico)

Resultado: Sono absurdo durante o dia. Zero de sono a noite.
                      Inércia, Letargia e Desânimo.

Vou ter que mais uma vez mudar de médico. Já vai ser o quinto em menos de um ano.
Não vou ficar servindo de cobaia.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Preço de uma consulta Psiquiátrica...

Na minha última visita ao médico, ele modificou o esquema que postei anteriormente e falou que eu tinha que tomar "esses tipos" de remédios por 2 meses seguidos para saber se funciona comigo ou não; porém mandou que eu voltasse depois de 30 dias. 

Perguntei a ele: - Mas dr. e se daqui a um mês esse esquema funcionar, o sr. não poderia deixar logo receitas para 60 dias? - Não; ele falou. - Tenho que acompanhá-lo mensalmente. 

Insisti: - Mas dr. se eu estiver bem com os remédios eu lhe telefono e o sr. deixa receitas para mais 30 dias de remédios com sua secretária e eu pego; estou desempregado, cheio de dívidas e não posso pagar consulta mais remédios todo mês. 

A resposta dele: - Entenda, eu sobrevivo dessas consultas mensais e já fiz a consulta por 150 reais pra você dando um bom desconto!


Pergunto eu: Como posso me tratar continuamente se estou desempregado? Enfrentando filas de SUS

Durma com um problema desses....

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sexo e Anti-depressivos

Anti-depressivos baixam a libido e dificultam o orgasmo, não necessariamente nesta ordem. No meu caso, o último esquema medicamentoso simplesmente me deixou sem orgasmos. Mesmo com tantos remédios, ainda consigo ter tesão e ereções. Quando as dosagens eram baixas, principalmente na época do Frontal (alprazolam) era tudo uma maravilha. Os níveis de adrenalina baixaram e eu até conseguia ereções mais firmes e prolongadas, e conseguia também controlar melhor o orgasmo. 

Porém quando fiquei pior dos sintomas, as medicações foram modificando. E a letargia que esses remédios causam são refletidos no sexo também. O remédio que me deu problemas de ejaculação foi o Zoxipam (citalopram). Não tinha jeito. Passava a noite inteira com ereção, mas não conseguia ejacular. Nem com minha namorada, nem sozinho.

A verdade é que nunca me dei bem com medicamentos que atuam na serotonina. Não sou aquele depressivo que fica com baixa de energia e pensamentos negativos. Meu problema é hiperatividade de pensamentos e euforia. Isso me deixa sem atitude, com dificuldade de tomar decisões, e aí sim fico pra baixo.

Relatado o problema, pedi ao médico que mudasse o esquema pra uma atuação nas Dopaminas (noradrenalina e endorfina) - http://pt.wikipedia.org/wiki/Dopamina - porém ele insistiu que eu passasse mais tempo me tratando com foco nas serotoninas, falou que esse tipo de tratamento só tem bons resultados a partir de no minimo dois meses contínuos. 



Porém mudou o anti-depressivo para o Alenthus (venlafaxina), o que não melhorou muito, mas com muito esforço pelo menos consigo ejacular.
Não vejo outro caminho senão insistir nas medicações, como todos falam. Mas é um martírio sentir tantas alterações no corpo e na mente. Essa doença é uma praga, uma maldição. 
Me vejo outra pessoa, e não gosto nada dela!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Melancholia e Depressão

O filme Melancholia, do diretor Lars  Von Trier, é uma metáfora à depressão. Antes de surgir esse termo, o depressivo era chamado de melancólico. No filme, Melancholia é um planeta que todos pensam que irá passar próximo a Terra. E até então, seria um espetáculo fantástico ver essa passagem.

É em torno da festa de casamento da personagem principal Justine (Kirsten Dunst, oscar de melhor atriz em Cannes), que se dá a primeira parte do filme. Nas primeiras cenas o observador mais crítico vai perceber que ela é depressiva.

Justine sofre com todos os sintomas da doença. Todos a tratam com desconfiança, medo, repulsa ou super proteção. A única a acolher seu comportamento e lhe dar apoio é sua irmã, que foi quem promoveu a festa como um presente. Irresponsabilidade com horários e compromissos, mudanças de humor, sexo compulsivo, inércia e outros sintomas que atrapalham a vida do depressivo; em uma atuação realmente surpreendente da atriz. Seu olhar sempre distante, a cena da banheira onde a irmã tenta fazê-la tomar banho, o fato de enxergar as coisas da cor cinza; dói na alma de quem sabe o que é sofrer assim.

A segunda parte do filme mostra a rotina da casa, e a convivência de Justine, a irmã com o marido e um filho pequeno. Novamente os sintomas depressivos são focados, só que agora  a atenção se divide com a aproximação do planeta Melancholia. Num misto de medo e surpresa, as pessoas vão aguardando a passagem; porém quando o planeta vai se aproximando da terra fenômenos sobrenaturais vão acontecendo. As pessoaas vão sentindo mudanças de comportamento. Falta de ar, fadiga, desespero; ou seja, os mesmo sintomas de uma depressão. 

De repente se descobre que o Melancholia muda sua rota e irá se chocar com a Terra. Em cenas belíssimas o diretor consegue passar o que seria um apocalipse, explorando as mudanças do clima do planeta e do estado de espírito das pessoas. 

Uma curiosidade a parte é saber que o diretor se inspirou na própria doença para escrever o filme. É como em sua visão, a depressão seja um mal que tenha a capacidade de destruir mundos.

Vale muito a pena assistir, porém aos desavisados, não deixa de ser uma obra de Lars Von Trier, ou seja, deve-se ir preparado não para ver um filme, mas uma obra de arte.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Novo Esquema...Mesmos Resultados.

Consultório de psiquiatra é uma verdadeira loteria. Você senta na frente dele, fala meia hora e sai com uma receita. Paga cerca de 100 a 300 reais por isso, e certamente terá que voltar, pois segundo ele, "esses" medicamentos só começam a fazer efeito com 15 a 30 dias.
Se você melhorou logo de primeira agradeça aos céus. Eu vou no quarto ou quinto esquema.
Falei que meu problema poderia estar nas cetacolaminas (noradrenalina e dopamina), pois esse tempo que tratei da serotonina (fluoxetina) nada funcionou.
Pedi a ele pra passar o Bup (bupropiona) para um teste. Ele disse que não, que poderia ser o remédio prescrito pelo outro médico que poderia estar errado.

Esquema novo:

Ao acordar:
1 Depakote 500er (estabilizador de humor)
1 Zoxipan (anti-depressivo/fluoxetina)

Ao dormir:
1 Depakote 500er
2 Rivotril (2 de 2mg)

Resultado:

Durmo um pouco melhor durante a noite, por isso acordo mais cedo (umas 11hs), porém passo o dia como um zumbi. Pensando na minha cama. Volto pra ela e durmo até a noite.

Fico me sentindo um palhaço quando saio de um consultório desse.
Até quando????????????
Não aguento mais!!!!!!
Me quero de volta e não sei o que fazer.

sábado, 7 de maio de 2011

O sono atrapalha minha vida.

As vezes me sinto em uma relaidade paralela, onde vivo no submundo da noite.
Não gostaria de ser assim. De poucas coisas sinto inveja, mas a principal delas é de quem acorda bem cedo. A sensação que dá é de que elas aproveitam mais a vida, tem mais energia.

A noite não oferece muita coisa senão a solitude. Não que isso seja pouco, adoro meus momentos comigo mesmo...o silêncio, quando todos dormem, a cidade dorme.



Mas ao raiar do sol chega a letargia. O mundo não pára. E aí vem o maldito sono!

E passo o dia confortavelmente entorpecido. Parece que não sou eu em mim. As coisas passam em uma velocidade mais rápida do que eu posso acompanhar. Como em um sonho, parece que vejo tudo em uma câmera lenta, sempre como espectador. Não é  muito interessante sonhar de dia...sonhar acordado...

Isso atrapalha minha vida. As fichas só caem depois, chego sempre atrasado, a vida vira uma confusão.

Como um vampiro, fujo do sol, só penso em minha cama, e no meu quarto escuro.


Sono insano, faz da vida sonho...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Conselho de uma lagarta.

A Lagarta e Alice olharam-se uma para outra por algum tempo em silêncio: por fim, a Lagarta tirou o narguilé da boca, e dirigiu-se à menina com uma voz lânguida, sonolenta.

"Quem é você?", perguntou a Lagarta.

Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente:

"Eu - eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento - pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então."

 

LEWIS CARROLL
Alice no país das maravilhas

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Amor e a depressão.

Parece que magnéticamente afastamos as pessoas. Principalmente se sabem do nosso problema. Dizem alguns que é até contagioso; "aff, pessoas negativas dão azar"...e batem 3 vezes na madeira.

Por vezes, na depressão queremos nos agarrar a um relacionamento como um náufrago se agarra a um colete salva-vidas. Mas corremos o risco de não sermos entendidos. Nossa aparente infelicidade agride. Nossa impaciência arranha quem as vezes está ao nosso lado pra ajudar no que for preciso, mas não sabem como. Um simples carinho, um silêncio como resposta na hora certa; é preciso paciência para lidar com um depressivo. E num mundo tão corrido, paciência é uma qualidade rara nas pessoas. Fica cada dia mais difícil esperarmos isto de alguém.

Do outro lado, o eufórico, em seus pensamentos mágicos acha que ninguém é o bastante. "Ninguém é capaz de me aturar. Ninguém é capaz de estar ao lado de alguém tão inteligente e especial e que requer tantos cuidados como eu", pensa o eufórico.

Se você presencia um assassinato, você pode denunciar ou ser cúmplice. Amar é ser cúmplice da sua paixão, é aceitar os defeitos do outro mesmo sabendo que ele está por vezes completamente errado. A paixão cega, mas o verdadeiro amor é incondicional.

Mas como uma pessoa que não aceita a si mesma consegue aceitar o outro? Como uma pessoa que não ama a si mesma pode amar uma outra? Muitas relações são mantidas por medo da solidão, por uma obsessão de um desejo projetado no outro; por idealizar que no amor pode estar a tão sonhada felicidade. Mas ela não deveria estar dentro de nós mesmos?

Daí vem as cobranças, as expectativas de que o outro seja o que nós idelizamos. Difícil lidar com tudo isto quando não estamos em paz com nosso próprio coração. As vezes cobramos que a outra pessoa seja feliz por dois. E nestes casos a crise é inevitável.

Solidão é uma realidade que bate à nossa porta. Parece que magnéticamente afastamos as pessoas. Principalmente se sabem do nosso problema. Dizem alguns que é até contagioso; "aff, pessoas negativas dão azar"...e batem 3 vezes na madeira.

Estou separado por medo da aceitação. Amo ela, e em um momento de muita fraqueza, terminei a relação achando que ela não era obrigada a passar por todos os tormentos comigo. Não consegui colocar tudo que escrevo na prática. Mas acho que nessas horas, uma conversa sincera é o melhor caminho para uma relação madura e equilibrada.

Não ache que pessoa amada vai demorar para perceber seu problema, ou a intensidade dele. É preciso então jogar as cartas na mesa. Deixar de se sentir uma vítima, perder  o medo e se entregar. E antes que você espere que alguém te aceite como é, é necessário que você mesmo o faça. Abra seu coração, não fuja do amor (nem do amor prórpio), e deixe claro que a melhor ajuda é a compreensão gratuita, e que o amor pode vencer tudo.

Não existem fronteiras para distúrbios entre o cérebro e o coração. Então vamos abrir nossas cabeças e nosso corações ao novo. Vamos abrir primeiro nossas almas, e destravar portas e janelas para o mundo; para que o amor aconteça. Com desapego, liberdade e cumplicidade.

Porém, quem souber uma receita prática para que isto aconteca, por favor me diga...



segunda-feira, 28 de março de 2011

Hormônio do sono pode reduzir sintomas da demência

Um novo estudo, conduzido por 
médicos da Escócia, quer descobrir se uma droga associada ao sono pode melhorar a qualidade de vida das pessoas com demência.

A informação foi publicada no site do jornal britânico "The Telegraph" nesta segunda-feira.

A empresa de pesquisa médica CPS Research, em Glasgow, está conduzindo um ensaio clínico utilizando um medicamento contendo melatonina, um hormônio que induz ao sono. Os pesquisadores esperam que a substância reduza sintomas associados à demência.

A equipe do projeto "Melatonin in Alzheimer's Disease", pioneiro no mundo, espera recrutar 50 pacientes para o estudo, durante um período de seis meses.

Qualquer paciente diagnosticado com Alzheimer, que esteja em tratamento, pode ser elegível para participar do estudo.

A causa mais comum de demência é a doença de Alzheimer, mas outras condições que afetam o cérebro também podem causar o problema.

Segundo Gordon Crawford, do CPS Research, "a demência é uma condição degenerativa, que afeta a vida de famílias e amigos dos pacientes. Ao reduzir os sintomas da doença, espera-se que tanto os pacientes quanto seus acompanhantes possam desfrutar de uma qualidade de vida melhor".

"Na nossa base para o projeto, investigamos uma versão de liberação lenta do composto natural melatonina. Nossos resultados sugerem que os participantes funcionavam melhor durante o dia --possivelmente por causa de um padrão de qualidade do sono melhor."

"A melatonina não é utilizada no tratamento da demência, mas é registrada na Europa e no Reino Unido para uso em pacientes idosos com dificuldades para dormir. Já foi provado que o hormônio é seguro e isento de efeitos colaterais. Estamos investigando se o uso como um tratamento adicional da demência pode transformar a vida dos pacientes e seus cuidadores."

"Com a ajuda de voluntários da Escócia, nosso objetivo é determinar se a adição de melatonina aos tratamentos atuais pode proporcionar um grande avanço no tratamento da demência."

Para Alan Wade, do CPS Research, "o que sabemos é que os pacientes com Alzheimer não produzem melatonina como pessoas saudáveis. O estudo vai descobrir como a adição de melatonina os afeta."

A droga utilizada no estudo é chamada Circadin.

Fonte: Folha Online

quarta-feira, 16 de março de 2011

Perdido dentro de mim mesmo. Não acho a saída...

Algumas pessoas se irritam comigo porque minhas respostas mais comuns nos últimos tempos tem sido: Não sei e tanto faz. Minhas poucas preferências são totalmente incomuns; isto quando sei o que prefiro. 

Meu senso de humor é estranho, às vezes nem sei do que rir. Se tenho que sair de casa para diversão, não sei onde ir. Se vou a um restaurante, tanto faz o prato; se vou a um cinema tanto faz o filme. A sensação que tenho é que perdi o rumo da vida. Meu plano de vôo foi esquecido. A programação do meu software foi corrompida. E vai batendo aquela horrível sensação de vazio.... quem sou eu? onde estou?

Isto tudo me dá um desespero, porque antes da chegada da minha crise depressiva eu era uma pessoa decidida. Sabia o que queria, sabia onde ir. É como se minha personalidade estivesse apagando com o tempo. É como acordar todo dia uma nova pessoa. Mas isto não é nada bom, é como ter um Alzheimer consciente.



Estou trancado dentro de mim mesmo e não acho a saída.
Fico entre a cruz e a espada. Não sei se paro tudo e cuido da doença, ou se enfrento a vida mesmo sem força, fazendo o jogo dos felizes. Tenho medo de parar tudo e a vida passar. Pode ser que fique mais difícil a volta. Pode ser que essa parada seja ainda mais demorada do que penso. Se eu continuar, será que consigo reverter minha situação profissional e afetiva; mesmo sem força?

Não sei qual a relação exata com as medicações. Ainda não sei se é falta ou excesso de sensibilidade. O fato é que parei com os remédios e com a terapia. Mas sei que é fundamental a volta do tratamento, assim que me reestruturar financeiramente.

"Que seja quente ou seja frio, se for morno eu te vomito" (Apocalipse cap.16). Peço a Deus todos os dias forças para achar uma saída dessa escuridão, saber o que quero e me encontrar novamente; quente ou frio, certo ou errado, mas que seja a luz do meu verdadeiro Eu.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Depressão e Euforia são formas de não aceitar a própria vida...

Prometeu foi um titã inconformado que roubou o fogo divino (sabedoria e conhecimento) e o presenteou ao homem, concedendo-lhe o dom do Espírito. 

Libertou o homem de sua condição de simples criatura, para um estado de criador. Tornando os humanos seres independentes dos Deuses, e senhores do próprio destino. Prometeu foi punido como traidor, sendo levado a uma montanha, onde pássaros comiam seu fígado, que voltava a crescer todo dia, tornando eterno o seu castigo.

Esse fogo, essa sede de sentir, esta fome de viver... é o que move a humanidade. Mas de todo desejo também nasce o sofrimento.


Depressão e euforia são sintomas geralmente vistos como opostos. Como sentimentos totalmente distintos. Não concordo! Acho que são sentimentos que nascem de uma mesma fonte. De quem não está satisfeito com a própria vida, com a própria existência. 

Depressão é sentir a impotência de se assumir menor que o curso implacável da natureza. Do sentimento de não poder parar o tempo, de não poder moldar o mundo ao nosso modo.
A euforia é um antídoto à inércia, fabricado com o veneno do próprio medo. É inflamar a centelha  presenteada por Prometeu, e ser incendiado pelo sentimento de poder mudar o curso da vida.

Assim herdamos o castigo de sermos devorados diariamente pelo poder dos Deuses, mas podemos amanhecer refeitos pela condição do fogo da liberdade. 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Depressão: Doença de Preguiçoso

Para os "normais" qualquer doença de cabeça é depressão. Loucura, ansiedade, desânimo....que importa o que você sente? Se você não atende aos comportamentos esperados e formatados, embalados com sabor arco-íris, lá vem o mesmo blá blá blá...."vamos lá rapaz, se anima!", "não se preocupe, vai passar", "você é forte, supera isso", ou ainda, "com o tempo você melhora". Saibam que cobrar ânimo de uma pessoa deprimida, é como pedir para um paraplégico levantar de sua cadeira de rodas.

Infelizmente, só sabe o que é depressão quem passa por isto; quem sente a doença na própria pele. Lembrando aos "normais" que depressão por si só geralmente é um sintoma de algum distúrbio mental. O problema é que hoje são tantas as nomenclaturas e variações já diagnosticadas, que fica difícil, até pra quem tem qualquer transtorno, identificar e reconhecer qual a origem e a causa do problema.

Devemos entender que quem passa por uma crise de origem psicológica está doente, seja qual for a intensidade do problema. Se foge ao seu controle, se é algo que atrapalha sua vida, deve ser reconhecido e tratado como uma enfermidade como qualquer outra. Se você tem uma febre, de origem viral e ou infecciosa, você tem que tomar remédios e ficar de repouso. Porque doenças psicológicas são vistas de forma diferente pela sociedade? 

Na era onde clássicos de auto-ajuda são campeões de vendas nas livrarias de todo o mundo, parece fácil controlar nossa mente e nos libertarmos de qualquer mau que nos aflija. Não podemos chegar ao nosso trabalho com um atestado médico recomendando repouso absoluto por conta de uma depressão. É uma doença de pessoas fracas, dizem por aí. Coisa de quem não tem força de vontade para enfrentar os problemas, coisa de preguiçoso....doença de rico; pois quem sofreu na vida não pode se dar ao luxo de se deprimir. 

"Vamos lá rapaz, dá a volta por cima...o mundo é dos espertos!". Que mundo é este então que estamos criando? Fico a me perguntar....

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ciclotimia x Bipolaridade....Sintomas parecidos x Doenças diferentes (Max Gheringer)

Ciclotimia x Bipolaridade

Texto descrito de uma reportagem da Rádio CBN, por Max Gheringer:

"Escreve um ouvinte preocupado e incomodado. Ele diz: "Temos um colega de trabalho que uma hora está de ótimo humor. E outra hora parece que não quer ver ninguém por perto. Essas mudanças súbitas de comportamento preocupam, incomodam e afetam o ambiente de trabalho. E não sabemos o que fazer a respeito."

Eu achei prudente perguntar a um médico o que isso poderia ser. E ele me explicou a diferença entre transtorno bipolar, que é um caso muito sério, e ciclotimia, que parece ser o caso do colega em questão.


No transtorno bipolar, a pessoa parece que se transforma em outra pessoa, completamente diferente. Já a ciclotimia é uma forma mais leve desse transtorno. Os extremos de humor não são tão drásticos, o que leva o ciclotímico a concluir que ele está apenas passando por uma fase momentânea de cansaço ou indisposição.

Para quem convive com um ciclotímico, fica a impressão de que ele é alguém alegre, cooperativo e de alto astral. É por isso que os colegas se incomodam tanto quando o outro lado do ciclotímico se manifesta. É quando ele fica em silêncio, torna-se pessimista, tem dificuldade para se concentrar no trabalho e reclama que está cansado.

Para os colegas, a solução é simples: basta que a pessoa se esforce para ser gentil, alegre e atenciosa o tempo todo. Pronto! Resolvido! 

Se fosse assim tão simples, a ciclotimia não existiria, porque poderia ser eliminada apenas com um pensamento positivo na hora de escovar os dentes. Mas não é assim tão fácil. O ciclotímico precisa ser convencido a consultar um especialista, por três motivos:

Primeiro, a ciclotimia é mais comum do que parece. Ela afeta 1 em cada 200 adultos, embora a maioria não apresente sintomas com uma intensidade que seja capaz de convencê-los a procurar tratamento.

Segundo, se não for tratada, a ciclotimia pode vir a se transformar em transtorno bipolar, e aí sim, o emprego e os relacionamentos estariam em sério risco.

E terceiro e menos importante, os colegas de trabalho se sentem incomodados."

Max Gehringer, para CBN.



domingo, 9 de janeiro de 2011

Tratamento Depressivo: Anestesia ou Cura? Dádiva ou Maldição?


Um dia tomei um remédio chamado Neozine. Fiquei bêbado por 2 dias. Com a visão turva, boca e olhos secos. Língua enrolada, mente pior ainda. É assim que tenho que tratar da minha depressão? Anestesiando a dor? Me mantendo acordado....longe do que minha terapeuta chama de "pensamentos mágicos"?


Não acredito em terapia. Não acredito em psiquiatria. Na verdade acho que essas duas ciências ainda tem muito o que evoluir. Quem sabe meu neto não fará um exame de sangue e sairá o resultado na hora: Bipolaridade tipo 4. Ou minha neta fará uma tomografia e 5 segundos depois.....bip....bip....Défict de Atenção; e o melhor, irá ter medicação pra isto. Tome um comprimido dose única e vire um "normal", tome uma vacina preventiva, e nunca mais fique deprimido. 


Fico pensando e repensando as causas da melancolia que sinto. Dessa tristeza que as vezes invade minha alma, desta falta de esperança na humanidade. Penso na sensibilidade que tenho, ao ver um filme, ler um poema; sensibilidade que não vejo os "normais" terem. Então o que seria isto afinal.....dádiva ou maldição? Que decisão tomar? Tratamento ou entrega? 

Talvez se eu vivesse no mundo de 100 anos atrás eu preferisse viver depressivo. Me entregaria ao bico de pena, e sangraria minha dor diante das páginas e noites em branco. E hoje? Se eu talvez escolhesse uma forma alternativa de viver, a tão sonhada utopia da cabana de pescador na beira da praia.... se eu fosse pra europa estudar arte e estampasse minha angústia em telas manchadas à óleo e dor. E se conseguisse vender cada tela por 150mil dólares? E se fosse um astro do rock? Me entregaria ao vício das drogas e da euforia? E se as respostas forem negativas....como finalmente posso me tornar um "normal"?
Depressão seria realmente uma doença como diabete, ou hipertensão....que não tem cura, e que temos que controlar pro resto da vida? Controlar através da anestesia de tudo isto que sinto?

Não sou um, sou vários. Não consigo me definir. Não tenho visão de tempo. Ontem, hoje e amanhã se misturam em minha mente. Acordo uma pessoa, e vou dormir outra. Posso chorar ao pensar em Deus....ao perceber que o mais importante não é perguntar onde ele está....mas sim onde ele não está? Vejo a perfeição de toda a natureza, porém vejo o homem como um vírus. Que para crescer tem que destruir tudo que o rodeia. 


Como ver um mendigo na rua e não querer abraçá-lo? Qual a diferença entre ele e meu irmão mais velho; que mora em uma casa luxuosa com filhos e piscina? Como deixar de seguir o coelho branco de Alice....de cair na tentação de não pular no buraco dos sonhos? Tomando Neozine?
Me deixem dormir....só mais 5 minutos.....

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Crônica do amor - Arnaldo Jabor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.




Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?


Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.


É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.


Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.



Quem acha vive se perdendo - Noel Rosa

E você? 
Ainda quer continuar achando as coisas?